Isso não é exercício! De agora em diante, você, leitor deste blog, que já sofria igual couro de pisar fumo, enfrentando hordas e mais hordas de inimigos interplanetários armados até o DNA, vai ter de arrancar ainda mais os cabelos, porque vai começar...
A INVASÃO INDIE!
Logo de cara, comecemos por uma trilogia: o PROJETO INTHRI.
Criação do internauta conhecido por RHETE, conta a história de uma guerra interplanetária (como não poderia deixar de ser) entre os planetas do fictício sistema solar Inthri, criado pelo autor em 1992, quando ele teve de apresentar um projeto de ciências na 4ª série.
Sistema solar Inthri, o universo fictício de Rhete
O primeiro jogo da série apresenta uma mecânica um tanto estranha, a começar pelo controle, que para muitos fãs de jogos de nave, é inadmissível: o mouse! Sem o recurso da autorepetição, efetuar disparos com o botão esquerdo do mouse é uma tarefa árdua, até mesmo porque a dinâmica deste tipo de jogo não permite erros por parte do jogador. Um segundo de hesitação ou de demora na resposta aos comandos significa seu abate certo.
Tela título de Project Inthri
De resto, os demais elementos do primeiro jogo da série são medianos, o que já é de se admirar, diante do fato de que foi o primeiro jogo de Rhete, que acredito, hoje seja um sujeito com pouco mais de 30 anos, e que, até onde sei, aprendeu a programar sozinho. Em contrapartida, os gráficos de "jardim de infância", característica que perdura pelos três jogos da série espantam logo de cara os jogadores que só vêem razão de viver se o mundo for plasticamente perfeito.
Primeiro jogo da série: controles ruins e grágicos confusos desestimulam o jogador
Diante dessas características, eu, pessoalmente não gostei do primeiro episódio de PROJECT INTRHI, pois o "efeito Gaiares" da primeira fase faz o jogador se perder e levar muita bala, com sua nave azul em meio aos seus próprios projéteis azuis, sobre um fundo composto por uma cidade em variados tons de azul. É preciso ser muito ninja para passar incólume. O ponto alto é que a inteligência artificial é boa.
Um dos chefes do jogo: um caranguejão muito doido
A sequência veio algum tempo depois, com o segundo episódio da saga: PROJECT INTHRI 2. Nesse novo jogo, foram melhorados alguns aspectos gráficos, como o design das naves e uma melhoria do projeto de jogo em si. Agora as telas de apresentação podem ser cortadas, pois há um botão "skip", coisa que simplesmente não existe no primeiro jogo, tornando obrigatório assistir todos os filmes entre as fases.
Tela título de Project Inthri 2
A inteligência artificial continua apurada, os inimigos não hesitam em mirar certeiramente em você. As mudanças de cenário são boas e acompanham o ritmo acelerado do jogo. Infelizmente, o péssimo sistema de controle via mouse foi mantido, o que estraga a diversão.
Primeira fase do jogo: uma homenagem a Gradius?
A redenção dos pecados de Rhete, no entanto, viria logo após, no terceiro (e até agora último) episódio da série: PROJECT INTHRI 3.
Tela título do último e melhor episódio da série: mais esmero garante mais diversão
Neste último episódio da série, o autor se esmerou bastante em produzir um jogo divertido, difícil e graficamente agradável. Seu estilo gráfico peculiar, já denominado acima como gráficos de "jardim de infância", está mais apurado, como se o resultado final fosse proposital, o que para artistas, geralmente o é. O visual dos veículos permanece o mesmo desde o primeiro jogo, porém as evoluções das animações estão muito mais bem-feitas. As telas de apresentação, conhecidas no meio como "cut scenes" podem ser cortadas e o recurso da dublagem de vozes torna as animações bem mais instigantes. Os elementos gráficos de letreiramento estão mais estilosos, com fontes melhor escolhidas e adequadas ao estilo de jogo. Finalmente, foi adicionado o modo de controle via teclado, usando-se tanto o lado esquerdo, modo "wasd" quanto o lado direito, com as setas direcionais. Há ainda suporte a dois jogadores, ficando um deles, infelizmente, com o famigerado controle via mouse. Enfim, nada é perfeito.
Cenários melhor elaborados e mais coloridos, além de bonitos efeitos nas animações são boas recompensas para o jogador, diante da bem calculada dose de dificuldade.
O primeiro chefe do planeta Ricksha
Abaixo, algumas artes conceituais de Rhete:
O sistema solar Inthri
Sequência de rabiscos planejando animações
O vilão final, Nemor: esse cara é duro de matar
Nemor, em sua versão final em PROJECT INTHRI 3
É isso aí, pilotos de plantão: não se deixem enganar pelos gráficos "infantis", esse PROJECT INTHRI 3 é pauleira pura! O jogo é muito longo, tem muitas fases, as fases são longas, os "chekpoints" são distantes uns dos outros, os chefes são bem difíceis de matar, e tudo isso, no modo normal! Eu zerei no modo "lunatic", após morrer umas mil vezes e passar quase 4 horas para consegui-lo. Há ainda um modo extra, após zerar o jogo no último nível de dificuldade. Na foto abaixo, está meu resultado, tente fazer melhor!
Esta imagem não aparece ao final do jogo. Os resultados aparecem em telas separadas, eu usei o velho "print screen" e depois editei no paint brush para juntar os resultados numa única imagem. Mas os números são reais.
Confira aí os três jogos da série, além de outros jogos do mesmo autor:
Muito bom artigo, Tião!
ResponderExcluirEu só fiquei pensando até o final que era um jogo pra PC, onde dá pra usar um joystick. Sou uma negação com teclado.... Não tem jeito de habilitar joystick não?
E o PI3 é bem bacaninha, só faltou mesmo dar um número de vidas ou um GAME OVER pra ele.
Os jogos feitos em flash não suportam joysticks ou joypads nativamente. Para usar tais periféricos, você deve instalar um destes programinhas: XPADDER ou JOY2KEY. Eles são fáceis de encontrar pelo cyberespaço, e emulam o teclado no joypad, permitindo que você desfrute do máximo em diversão. Quanto ao "game over" de Project Inthri, sim, há como perder as vidas no jogo. O problema é que para compensar a dificuldade, principalmente no modo "lunatic", o autor permitiu ganhar muitas vidas sem muito esforço.
ExcluirMas Edward, diga lá: Quer enganar a quem que já zerou a bagaça?